The Most Beautiful Woman in All of Egypt
/Capítulo 2
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Os Deuses Se Afastaram
Apr 2, 2025
O calor de Mênfis pressionava a cidade como uma mão, denso com o aroma de mirra e óleo queimado. As ruas estavam inquietas, o habitual zunido de vida abafado sob algo mais pesado. Os mercados fervilhavam, mas os mercadores olhavam para o palácio mais frequentemente do que para suas moedas. Os templos estavam cheios, não de orações silenciosas, mas de medos murmurados.
Laila caminhava pelos corredores frescos do palácio, as tornozeleiras douradas em seus pés tilintando suavemente. Os servos se curvavam quando ela passava, baixando o olhar, as mãos pressionadas sobre seus corações. Sempre fora assim.
Ela era a Joia das Duas Terras, e todos sabiam disso.
Ela nascera sob as mais auspiciosas estrelas, abençoada pelos sacerdotes antes mesmo de abrir os olhos. E quando os abriu, a corte maravilhou-se.
Sua pele era lisa como calcário polido, beijada pelo calor do Nilo. Seus olhos, densamente delineados com kohl, eram escuros como a boca de uma tumba, largos e perspicazes, emoldurados por cílios longos o suficiente para projetar sombras. Seus lábios—sempre pintados com vermelho de hibisco esmagado—curvavam-se como as pétalas do lótus sagrado.
E seu cabelo—longo, espesso, eternamente adornado com grampos dourados e fios de lápis-lazúli—era um rio de tinta descendo por suas costas. Um rosto que pertencia às paredes dos templos. Uma beleza pela qual os homens rezavam para possuir.
O Faraó nunca lhe negara nada. Desde o momento em que nascera, ela havia sido o coração pulsante do próprio Egito. Cantavam para ela. Poetas compunham odes à sua graça. Ela nunca temera nada.
Mas o palácio estava inquieto há dias. Ela podia sentir isso nos sussurros dos vizires de seu pai, na forma como os soldados apertavam mais suas lanças.
E então as notícias chegaram.
O Sul estava se rebelando.
A coroa dupla do Faraó—a sagrada unificação do Alto e Baixo Egito—estava rachando. A rebelião avançava rapidamente, como as águas da cheia do Nilo, impossível de conter.
E à sua frente estavam três homens.
Seus nomes ecoavam pela cidade, sussurrados em tons abafados, entalhados nas paredes de Mênfis antes mesmo de chegarem.
Amunet, o mais velho—silencioso, inflexível, um fantasma no campo de batalha.
Khepri, o do meio—um guerreiro banhado em ouro, sorrindo enquanto massacrava seus inimigos.
Seti, o mais novo—imprudente, arrogante, afiado como uma lâmina mergulhada em veneno.
Eram mais que senhores da guerra. Eram uma tempestade, engolindo cada cidade em seu caminho.
"Não deixam nada além de fumaça e ossos."
"Matam todos—até as crianças."
"Eles viram sua família morrer pelas mãos dos homens do Faraó."
Laila estava em sua varanda de marfim e ouro, ouvindo. Podia escutar a cidade abaixo, a inquietação crescente de Mênfis conforme a rebelião se aproximava.
Pela primeira vez, ela se perguntou—viriam atrás dela também?
Um grito vindo de baixo interrompeu seus pensamentos.
Um mensageiro do palácio atravessou os portões cambaleante, sem fôlego, seu rosto pálido.
Os irmãos rebeldes haviam invadido a próxima cidade.
E Mênfis seria a próxima.
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