Royal Shifters Series - Free To Read

"Sinto muito, mas não há outra opção, Bailey. Nós te demos um ano inteiro extra para aceitar isso", resmungou meu pai.

Aumentei meu ritmo em direção ao prado, minha mandíbula doendo de tanto cerrar. "Eu estava esperando que você voltasse atrás, mas obviamente não. Não consigo acreditar que você fez isso comigo! Não vou concordar com isso... Não irei."

"Você não tem escolha, Bailey. Fizemos o que achamos que te manteria segura. Agora que está na idade adulta, se unir a Kade te manterá segura e transmitirá nossa linhagem."

Na verdade, eu tinha uma escolha. Meu pai era o alfa da nossa alcateia, mas minha lealdade pertencia apenas a mim. Eu não sentia o chamado que todos os outros sentiam quando se tratava de seguir ordens. Enquanto eles tinham que segui-las, eu não tinha. Quando criança, muitas vezes me perguntava se havia algo de errado comigo. Mas, à medida que envelhecia, tudo começava a fazer sentido. Eu tinha um dom — eu era uma rara alfa feminina — e ele precisava permanecer oculto.

"Me manter segura? Você só pode estar brincando. Eu me mantive segura minha vida inteira. Talvez eu devesse ter ido embora quando tive a chance." Eles se tensaram e ficaram para trás enquanto eu seguia à frente.

Estavam irritados, mas parecia quase como se tivessem medo de lutar contra mim, com medo de que eu fosse embora e nunca voltasse. Eu queria fazer o que era melhor para a nossa alcateia, eu realmente queria. Mas me unir a Kade não era a resposta. Basicamente, estavam me entregando como uma noiva encomendada pelo correio.

Houve um tempo em que eu vivia pela alcateia, quando eu faria qualquer coisa para salvar meu povo. Os lobos brancos estavam diminuindo lentamente em número, e agora todos estavam desesperados, lutando para sobreviver antes de sermos extintos. Eu tinha vinte e quatro anos e era filha do alfa da alcateia do Norte. Era meu dever continuar minha linhagem. O único problema era que não havia outros alfas sem parceiro além do meu melhor amigo, Sebastian, e o supremo idiota, Kade Whitemore.

De jeito nenhum eu ia me aliar àquele bastardo. Ele era o alfa da alcateia do Yukon, violento e autoritário, que preferiria me ver deitada de pernas abertas a ser sua igual. Eu preferiria morrer a ser forçada a ser sua companheira pela eternidade. Por que não posso me unir a Sebastian? Pensar em transar com ele me dava calafrios, mas qualquer coisa era melhor do que Kade.

A raiva tomou conta do meu corpo e fiquei lá, fervendo... até sentir ele. Ele estava vindo atrás de mim; eu podia sentir sua aproximação. Quanto mais nos aproximávamos do prado, mais eu podia sentir Kade e sua excitação, seu desejo. Espero que ele possa sentir a minha raiva e repulsa.

Lobos se uniam para toda a vida; era uma união sagrada. Não era como um casamento humano, onde você poderia terminar assinando um papel. Nossas uniões não eram algo feito levianamente. Também não era uma decisão que eu ia permitir que meus pais tomassem por mim. A única forma de escapar seria matá-lo, e a última coisa que eu queria era começar uma guerra entre matilhas. Deveria haver outra forma.

Lá na frente, em forma de lobo, Kade mantinha seu olhar fixo em mim. Ele era grande, como todos os alfas tendem a ser, mas eu não estava impressionada. Ele podia sentir minha indiferença e, em resposta, rosnou baixo, me desafiando. Eu o encarei, não recuando nem abaixando a cabeça. Ninguém nunca iria me fazer submissa.

Os metamorfos precisavam da magia da lua para se transformarem em sua forma de lobo, mas os mais poderosos da nossa espécie podiam se transformar a qualquer momento do dia. A maioria dos lobos da nossa matilha tinha essa vantagem, exceto nas noites de lua nova. Apenas os alfas tinham a capacidade de se transformar nessas noites. Hoje à noite, não havia lua, então, sendo o idiota arrogante que ele era, Kade decidiu aparecer como lobo. Típico.

Todos recuaram, exceto eu e meu pai. Kade se aproximou de nós e roçou seu corpo no meu, me marcando. Em seguida, ele empurrou o nariz entre minhas pernas e farejou. A raiva me consumiu e eu estava prestes a me transformar, mas me contive. "Faça isso de novo e eu vou fazer um casaco de pele branca bem quentinho para o inverno."

Seus lábios se curvaram em um sorriso lupino antes de se transformar em sua forma humana, completamente nu. "Eu só estava provando o que me pertence."

A maioria dos lobos brancos tinha características semelhantes — cabelos claros e olhos azuis, com exceção ocasional de verdes. Meus pais tinham cabelos loiros brilhantes e me passaram a mim, junto com seus olhos azul cristalinos e força imaculada. No entanto, sua força não estava presente hoje, o que me deixou desconfiada. Meu pai nem ao menos tentou defender minha honra.

Passando os olhos por Kade, ele tinha cabelos loiro platinado, olhos azuis penetrantes e um corpo que nem mesmo eu tinha visto nos homens da nossa matilha. Ele era muito maior, em mais de um sentido, e um dos alfas mais jovens do país, provavelmente nos seus vinte e poucos anos pelo que parecia. Felizmente, quando seus olhos encontraram os meus, não vi meu futuro companheiro naqueles olhos.

Com os braços cruzados no peito, fiquei imóvel, esperando meu pai terminar de falar com ele. Eu apenas desejava que ele percebesse meu desprezo e fosse embora. Eu não ia acompanhá-lo. Todo mundo teve o direito de escolher com quem se unir, e eu me condenaria se não tivesse o mesmo privilégio.

Os homens conversaram calorosamente, a tensão enchendo o ar frio da noite. No momento em que os olhos azuis do meu pai encontraram os meus, eu soube que algo estava errado. Por favor, que não seja isso. Ele segurou meu rosto em suas mãos e me beijou na testa. "Diga adeus à matilha. Ao amanhecer, você estará a caminho com Kade para sua nova casa."

"O quê?" gritei, me afastando. "Você é nosso alfa! Você é tão medroso assim?"

Nossa matilha prendeu a respiração diante de minhas palavras audaciosas. Kade sorriu de lado e eu me certifiquei de que ele pudesse sentir todo meu ódio. Empurrei meu poder com tanta força contra ele que ele caiu para trás.

Meu pai estava se esforçando para não falar nada. "Para garantir a sobrevivência de nossas matilhas e a sua segurança, não há outra forma. Temos que cumprir nossa promessa."

"Foda-se sua promessa, e foda-se você", sibilei. "Era sua promessa, não minha."

"Era uma promessa para as matilhas, Bailey. Não há outra alternativa."

Há uma alternativa para tudo. Meu poder se agitou, mas eu não podia liberá-lo... ainda. Não era o momento certo. Respirando fundo, fechei os olhos e soprei. "Gostaria de falar com meu pretendente por um momento, a sós. Me despeço de todos depois que terminarmos."

Meu pai concordou com a cabeça e se afastou, olhando para trás uma vez antes de me virar as costas. Minha matilha o seguiu de perto, junto com minha mãe, que tinha lágrimas escorrendo pelo rosto. A matilha do Yukon, porém...

"Seu povo precisa ir embora", exigi.

Olhando por cima do ombro, Kade acenou para seu segundo em comando e eles desapareceram entre as árvores.

Quando estavam fora do alcance da audição, eu apertei os lábios e cuspi: "De todas as matilhas do mundo, você foi atrás dessa para me reivindicar. Com certeza você poderia encontrar alguém que ficaria feliz em te aceitar."

"É verdade, mas eu queria você."

"O que te faz pensar que eu vou embora com você amanhã?"

Kade riu e veio se aproximando, chegando perto para poder me cheirar. Eu fiquei firme e não me abalei, mesmo quando ele se roçou em mim. Eu poderia arrancar o coração dele num piscar de olhos. Ele gemeu e ficou excitado entre as pernas. "Você é minha, Bailey", rosnou, circulando ao meu redor. "Você foi prometida a mim e não vou embora sem você."

"Você nem me conhece."

Pressionando seu pênis contra minha bunda, ele passou o braço por trás de mim e colocou suas mãos grandes nas minhas coxas, me segurando. Lobos são criaturas físicas e adoramos o toque, mas eu não queria que ele me tocasse.

"Juro por Deus, se você não recuar, vou arrancar sua maldita garganta."

Em vez de me soltar, ele me prendeu mais forte e riu em meu ouvido, esfregando seu cheiro por todo o meu corpo. Suas mãos agarraram meus seios e uma delas deslizou para dentro da minha calça, para me acariciar. "Gostaria de ver você tentar, querida. Adoro uma boa briga. Quanto mais você resistir, mais vou te foder."

Seus feromônios estavam extremamente altos, me sufocando, e pelo odor eu podia sentir sua necessidade de se unir, me reivindicar. Eu precisava fazer algo rápido, sem liberar meu poder. Lutei em seu domínio, mas quanto mais eu me movia contra ele, mais selvagem seu cheiro ficava. Ele queria a briga, e eu não poderia dar a ele o que ele queria.

Respirando fundo, engoli o vômito e me inclinei para o toque dele, colocando uma das minhas mãos sobre a que ele tinha dentro da minha calça. Eu tinha que fazer ele acreditar que eu não queria lutar. Tudo o que eu precisava era um pouco mais de tempo.

Esfregando minha bunda contra o pau dele, peguei na mão dele e coloquei um de seus dedos dentro de mim, então outro. Ofeguei quando ele rosnou mais fundo e mordeu com força o meu pescoço, fazendo sair sangue. Maldito bastardo. Morder seu companheiro era um ato íntimo a ser feito apenas quando vocês realmente estivessem unidos.

"Agora todos vão saber que você é minha", sussurrou roucamente em meu ouvido. "Vou te foder até você gritar. Esperei tempo suficiente para te ter, e agora que te tenho, não há escapatória."

"Escuta aqui", ofeguei, tentando me afastar devagar, "por que você não vai se despedir da minha família, e depois você pode fazer o que quiser comigo."

Segurando meus braços, ele me virou de frente e arrancou minha camisa do meu corpo, me fazendo ofegar. Ele abaixou a boca em um dos meus mamilos e chupou com força enquanto empurrava os dedos de volta para dentro de mim. "Na verdade, tenho uma ideia melhor. Que tal você colocar essa boca ao redor do meu pau e, depois disso, pode se despedir. Você precisa começar a agir como a minha parceira e fazer o que eu mando."

Segurando minha cintura, ele tirou minhas calças e me derrubou para trás no chão. O ar escapou dos meus pulmões e engasguei, lutando para respirar enquanto ele colocava o peso em cima de mim. "Não se preocupe, querida, você vai gostar."

Imediatamente, senti minhas presas crescendo atrás dos lábios e minha temperatura corporal aumentar. Estava tão perto de me transformar. Como alfa, minhas presas eram mais longas, mais afiadas. Eu podia estar na forma humana e mesmo assim dilacerar alguém com meus dentes.

Eu me recusava a ser uma vítima em prol da minha matilha.

"Kade", gemi, abrindo as pernas para ele. "Me tome agora." Tudo o que eu precisava era de um alvo claro em seu pescoço. Já estive com homens humanos antes, mas nunca com outro lobo. Ouvi dizer que era o melhor sexo de todos, e eu planejava experimentar um dia... mas não ainda.

Kade riu e ergueu a cabeça, e eu escondi minhas presas atrás dos lábios fechados. "Pedindo já? Estou desapontado, loba pequena. Pensei que você ofereceria mais resistência."

Quando ele abaixou a boca para meus seios, eu pude sentir a ponta do seu pau pressionando a minha entrada. A tensão em seu corpo se elevou e eu sabia que precisava agir rápido. Antes que ele pudesse me penetrar, abri bem a boca e cravei os dentes no interior do seu pescoço. Com um movimento rápido, arranquei o máximo de carne que pude. Seu sangue escorreu quente pela minha garganta, me fazendo engasgar. Eu cuspi, junto com um enorme pedaço de carne do corpo dele.

Caído ao lado, ele segurou o pescoço e gorgolejou, engasgando com seu próprio sangue. Eu me recusava a ser escrava dele quando eu era mais poderosa. Segurando o ferimento em seu pescoço, ele rosnou enquanto seus olhos começaram a se transformar em olhos de lobo. Ele tentou mudar, mas não estava funcionando.

Quando pulei de pé, Kade agarrou meu tornozelo e eu caí no chão.

"Você vai... pagar... sua vadia."

Eu precisava escapar antes que as matilhas ouvissem nossa luta. Felizmente, consegui me soltar do seu domínio e chutei a mão dele para longe. Sabendo que ele estaria morto em questão de minutos, invoquei minha magia e deixei a energia brilhar ao redor do meu corpo. Os olhos de Kade se arregalaram incrédulos. Deixando a magia me dominar, me transformei em minha forma de lobo e fugi. Nunca olhei para trás. Não queria deixar todos para trás, mas eles não me deram escolha.

Eu nunca mais veria minha família.